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O segredo de por que o Kobudō nunca se tornou popular

Jesse Enkamp – Sai-jutsu

[…] Como, de acordo com um notável historiador do Kobudō, “o Karate e o Kobudō são como irmão e irmã”, eles deveriam ser igualmente populares.

(Se é assim), então por que estão separados? Por que o Kobudō é quase negligenciado (na maioria dos casos)?

[…] Primeiro vamos ver as cinco razões que eu concluí.

1. O Kobudō é difícil

[…] O Kobudō é difícil. Especialmente para pessoas que não conseguem controlar o próprio corpo. Ou seja, se elas já têm dificuldade em fazer movimentos sem um objeto na mão, então fazer com algo na mão às vezes é demais para o cérebro […].

E (o pior) quando você acha que está ficando bom em uma arma, é hora de mudar para a próxima!

Coisas complicadas não são populares.

2. O Kobudō é caro

[…] Para praticar Kobudō você precisa de roupas… e (de pelo menos) uma arma. E dependendo de quão avançado você é, vai precisar de mais de uma arma.

Se você é faixa preta em Kobudō, é provável que tenha 2 bō […], 2 sai, 2 tonfā, 2 nunchaku (um de espuma […] e um de madeira […]), quatro kama (dois de madeira […] e dois de aço […]), dois tekkō, dois ēku […] e às vezes mais! Este arsenal de armas não vem de graça. E se alguma arma quebrar, você precisa comprar uma nova!

[…] Coisas caras não são populares.

3. O Kobudō “não é físico o suficiente”

Essa foi a resposta de um aluno que saiu do Kobudō […]. Obviamente ele estava fazendo algo errado, já que o Karate a toda velocidade nunca pode ser tão duro quanto o Kobudō a toda velocidade. Posso provar isso com uma fórmula […]:

Corpo + peso nas mãos = mais físico que Corpo – peso nas mãos.

[…] E ainda algumas pessoas afirmam que o Kobudō não é tão físico quanto o Karate […].

Eu sei por quê.

É porque eles […] têm medo da arma que não conseguem usá-la 100%. Assim, o Kobudō torna-se fraco, lento e chato. A menos que você realmente treine o suficiente para aprender a usar 100% da arma sem arriscar seu pescoço.

Um processo longo, difícil e repetitivo para aprender os fundamentos não se torna popular.

4. O Kobudō é para geeks[1]

[…] Geeks muitas vezes são o oposto de pessoas que praticam esportes, certo? E Kobudō não é um esporte. Então, logicamente, Kobudō deve ser para geeks […].

Geeks não são populares.

5. O Kobudō não é prático

[…] As pessoas simplesmente não acham o Kobudō prático […]. Porém, quando você conhece os princípios das armas do Kobudō, pode usar qualquer coisa como arma […]. As formas únicas das armas do Kobudō tornam você apto a lidar com quase qualquer objeto, independentemente da forma, como arma.

No entanto, as pessoas não sabem disso. Então elas acham que você sempre tem que carregar as armas, em vez de usar o que tem a disposição.

Coisas desatualizadas e aparentemente impraticáveis não são populares.

Então, foi por isso que eu concluí […]. Porém, uma notável autoridade do Kobudō […] me contou o verdadeiro motivo.

[…] O Karate gera mais dinheiro que o Kobudō.

[…] Naturalmente as pessoas querem dinheiro.

[…] (Imagine que) seu dōjō tem espaço para cerca de 50 alunos (de Karate). (No mesmo espaço), apenas 10 pessoas podem usar um bō ao mesmo tempo […] sem bater umas nas outras. (Resumindo) Não há espaço suficiente para (os 50 alunos) treinar.

(Assim, fica) fácil ver porque o Karate era preferido pelos antigos mestres. Todos conheciam Kobudō também […]. Mas 50 alunos geram substancialmente mais dinheiro do que 10. E não importa o quanto você gostaria de ensinar às pessoas seu Kobudō, logo chegará a uma conclusão:

[…] Karate dá comida, não Kobudō […].

Então você para de ensinar Kobudō, e a partir (desta conclusão) só ensina Karate […].

E é por isso que o Kobudō nunca se tornou popular. E provavelmente nunca será.

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Referências:

ENKAMP, Jesse. The Secret to Why Kobudō Never Became Popular. Disponível em: https://www.karatebyjesse.com/the-secret-to-why-Kobudō-never-became-popular/. Acesso em: 9 de abril de 2009.

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Tradução/Resumo/Adaptações:

Denis Augusto Cordeiro Andretta.

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Nota:

[1] Atualmente, os dicionários de língua inglesa costumam definir o geek como um entusiasta ou especialista em tecnologia, ou, de forma mais genérica, alguém que demonstra grande interesse em atividades ou assuntos específicos.

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